Blog do IFZ | 29/10/2025
A revista The Economist destacou nesta semana um dado que simboliza uma mudança histórica: pela primeira vez, há mais pessoas obesas do que subnutridas no mundo.
Segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet, mais de 1 bilhão de pessoas viviam com obesidade em 2022 — o dobro do registrado em 1990 entre adultos e quatro vezes mais entre crianças. A expansão é mais rápida em países de renda média e baixa, onde dietas tradicionais vêm sendo substituídas por alimentos ultraprocessados e mais baratos.
Os números chamam atenção. Na Polinésia e na Micronésia, mais de 60% dos adultos têm obesidade. Na Europa, a Turquia lidera entre as mulheres, e a Romênia, entre os homens. Nos Estados Unidos, 44% das mulheres e 42% dos homens têm índice de massa corporal (IMC) acima de 30. Até regiões que historicamente enfrentaram a fome, como partes da África e do Oriente Médio, agora lidam com o problema oposto.
A reportagem lembra que a obesidade não deve ser vista apenas como uma questão de “força de vontade”. O corpo humano é biologicamente programado para armazenar energia e resistir à perda de peso. Com a ampla oferta de alimentos ricos em calorias e estilos de vida cada vez mais sedentários, o resultado é uma pandemia silenciosa, associada a cerca de 4 milhões de mortes por ano.
O desafio, aponta The Economist, é político e cultural. Não basta tratar a obesidade — é preciso preveni-la, com políticas de regulação da indústria, educação alimentar e ambientes que favoreçam escolhas mais saudáveis. Um tema difícil de enfrentar, mas impossível de ignorar.
Leia matéria completa em https://www.economist.com/graphic-detail/2024/03/01/the-obesity-capitals-of-the-world
