FAO Roma | 02/04/2024
Por que o clima é injusto?
Embora as mudanças climáticas sejam uma crise global, seus efeitos sobre países, pessoas e comunidades são altamente desiguais. Aqueles que menos contribuíram para as mudanças climáticas suportam o maior ônus, experimentando seus impactos mais severos e carecendo de acesso aos recursos, serviços e oportunidades necessários para se adaptar e sobreviver. O impacto das mudanças climáticas tem um rosto humano: mulheres rurais, jovens e pessoas em situação de pobreza.
As mudanças climáticas não apenas expõem as desigualdades sociais e econômicas entre pessoas e comunidades, mas também as perpetuam e as exacerbam. Para resolver essa questão, as pessoas devem estar no centro do debate. No entanto, evidências sobre as distintas vulnerabilidades das pessoas rurais e como estas variam com base no status de riqueza, gênero e idade de uma pessoa são escassas.
A injustiça climática
Medindo os impactos das mudanças climáticas sobre os pobres rurais, mulheres e jovens
Desenvolver políticas para promover processos inclusivos de transformação rural requer evidências melhores sobre como as mudanças climáticas estão afetando os meios de subsistência e comportamentos econômicos das pessoas rurais vulneráveis, incluindo mulheres, jovens e pessoas em situação de pobreza. Em particular, há poucas evidências comparativas entre multi-países e multi-regiões, para entender como a exposição a choques climáticos e mudanças climáticas afeta os impulsionadores da transformação rural e as ações adaptativas em diferentes segmentos da sociedade rural e em diferentes contextos agroecológicos. Essas evidências são essenciais porque, embora o risco climático e as ações adaptativas sejam específicos do contexto – onde ocorrem – e exijam soluções locais, as evidências globais são importantes para identificar vulnerabilidades compartilhadas e ações prioritárias para ampliar respostas eficazes.
O relatório THE UNJUST CLIMATE reúne um conjunto impressionante de dados de 24 países de baixa e média renda em cinco regiões do mundo para medir os efeitos das mudanças climáticas sobre mulheres rurais, jovens e pessoas em situação de pobreza. Ele analisa dados socioeconômicos coletados de 109.341 domicílios rurais (representando mais de 950 milhões de pessoas rurais) nesses 24 países. Esses dados são combinados no espaço e no tempo com 70 anos de dados georreferenciados sobre precipitação diária e temperaturas. Os dados nos permitem desvendar como diferentes tipos de estressores climáticos afetam os rendimentos no campo, fora do campo e totais das pessoas, alocações de trabalho e ações adaptativas, dependendo de suas características de riqueza, gênero e idade.
Baixe aqui o relatório completo “THE UNJUST CLIMATE“
Baixe aqui o sumário do relatório “THE UNJUST CLIMATE“
FAO. 2024. The unjust climate – Measuring the impacts of climate change on rural poor, women and youth. Rome.
https://doi.org/10.4060/cc9680en