O único número aceitável para a fome é ZERO | Somos uma organização apartidária, sem fins lucrativos | O combate à fome deve ser a mais alta prioridade nacional
Sou, basicamente, um profissional da terra, um engenheiro agrônomo, que viu na questão fundiária um eixo fundamental do desenvolvimento do país, e está convencido disso
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
Sou, basicamente, um profissional da terra, um engenheiro agrônomo, que viu na questão fundiária um eixo fundamental do desenvolvimento do país, e está convencido disso
Declaração do Instituto Fome Zero sobre a constituição da
Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
O Instituto Fome Zero saúda com entusiasmo a proposta da presidência brasileira do G20 de criar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será formalizada amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio de Janeiro. Tal iniciativa simboliza um marco histórico na luta pela erradicação da fome e da miséria no mundo.
É urgente o estabelecimento de parcerias, bem como a coordenação efetiva entre os organismos financeiros internacionais e bancos multilaterais de desenvolvimento apoiando a implementação de políticas sociais robustas e eficazes nos países que se comprometerem com programas de erradicação da fome e da pobreza. A criação da Aliança Global reflete um compromisso compartilhado com a dignidade humana e a justiça social, pilares fundamentais para a construção de um futuro mais equitativo e sustentável.
Tendo como horizonte o diálogo e a sinergia com outras iniciativas semelhantes lançadas em um passado recente, estamos confiantes de que essa aliança promoverá a colaboração e a solidariedade entre nações no combate à fome e à pobreza. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza representa a potencialização dos esforços e recursos com base nas bem-sucedidas experiências brasileiras que tanto inspiraram e inspiram as políticas públicas de outros países do mundo.
O Instituto Fome Zero reafirma sua adesão a tão relevante iniciativa e se coloca à disposição para contribuir ativamente na concretização de suas metas e objetivos, junto a outras entidades da sociedade civil brasileira e internacional.
Juntos, podemos transformar em realidade as propostas da aliança, garantindo que nenhuma pessoa, em nenhum lugar, passe fome ou viva na miséria.
São Paulo, 22 de junho de 2024
Instituto Fome Zero
O único número aceitável para a fome é ZERO | Somos uma organização apartidária, sem fins lucrativos | O combate à fome deve ser a mais alta prioridade nacional
Sou, basicamente, um profissional da terra, um engenheiro agrônomo, que viu na questão fundiária um eixo fundamental do desenvolvimento do país, e está convencido disso
A Aliança Global é crucial para promovermos
políticas inclusivas, defende Instituto Fome Zero
Sou, basicamente, um profissional da terra, um engenheiro agrônomo, que viu na questão fundiária um eixo fundamental do desenvolvimento do país, e está convencido disso
O Instituto Fome Zero foi a primeira ONG a aderir à Aliança Global.
Objetivo é somar esforços na erradicação da fome e promover políticas sustentáveis de combate à pobreza
O Instituto Fome Zero anunciou, nesta quinta-feira (14/11) adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, prioridade da presidência brasileira no G20. A missão da Aliança Global será, desde o seu lançamento até 2030, apoiar e acelerar os esforços para erradicar a fome e a pobreza, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 e 2. Além disso, busca reduzir as desigualdades e contribuir para revitalizar parcerias globais para o desenvolvimento sustentável e para a realização de outros ODS interligados.
O Instituto, fundado por um grupo de ativistas, estudiosos e pesquisadores que participou na elaboração e implementação do Projeto Fome Zero, e acompanhou de perto a jornada que logrou retirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU, vem desenvolvendo pesquisas, e discutido ideias e novas propostas para o combate à fome, e a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza articula governos, bancos multilaterais, instituições filantrópicas, organismos internacionais, instituições de pesquisa e fundos ONGs, para fazer frente aos desafios globais e promover a segurança alimentar e combate à pobreza. A partir dessa parceria, o Instituto Fome Zero pretende ampliar seu alcance e compartilhar boas práticas com outras instituições que atuam na linha de frente do combate à fome, tanto no Brasil quanto em outros países.
“A integração à Aliança Global representa um passo crucial para unirmos forças e promovermos políticas sustentáveis e inclusivas que realmente façam a diferença para as comunidades mais impactadas pela fome e pela pobreza“, afirma José Graziano da Silva, diretor do Instituto Fome Zero.
Apesar de ter nascido do G20, a Aliança está aberta a todos os países, além de organizações internacionais, instituições de conhecimento, fundos e bancos de desenvolvimento, e instituições filantrópicas.
“O que queremos com a Aliança é um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários. Apoiando assim a implementação e a ampliação da escala das ações, políticas e programas no nível nacional”, explicou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
“A adesão do Instituto Fome Zero, que nasceu com o objetivo de apoiar as políticas de combate à fome e torná-la a mais alta entre as prioridades do Brasil e da comunidade internacional, terá grande contribuição para o sucesso da iniciativa e para o cumprimento de seus objetivos”, acrescentou.
Internacionalização
A adesão do Instituto Fome Zero à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza coincide com o momento de internacionalização da atuação do IFZ, com presença em fóruns internacionais e construção de parcerias estratégicas com organizações que compartilham a visão de um mundo sem fome e pobreza.
As parcerias reforçam a importância da inovação no enfrentamento de crises alimentares e a busca por soluções efetivas que conectem diferentes setores e segmentos da sociedade.
O único número aceitável para a fome é ZERO | Somos uma organização apartidária, sem fins lucrativos | O combate à fome deve ser a mais alta prioridade nacional
Sou, basicamente, um profissional da terra, um engenheiro agrônomo, que viu na questão fundiária um eixo fundamental do desenvolvimento do país, e está convencido disso
A Aliança Global é um passo vital para unir forças e impulsionar políticas sustentáveis e inclusivas que impactem as comunidades mais afetadas pela fome e pobreza.
Sou, basicamente, um profissional da terra, um engenheiro agrônomo, que viu na questão fundiária um eixo fundamental do desenvolvimento do país, e está convencido disso
Iniciativas globais de combate à fome (2009-2024)
Nos últimos 15 anos, o mundo viu diversas iniciativas internacionais para combater a fome e melhorar a segurança alimentar, principalmente em áreas mais vulneráveis. Organizações como o G7/G8, G20, FAO, FMI e Banco Mundial foram responsáveis por muitas dessas ações, com foco em financiar projetos e implementar políticas públicas globais.
No entanto, muitas dessas iniciativas surgiram como respostas a crises alimentares específicas, o que dificulta sua continuidade a longo prazo. Um dos maiores problemas é que os mesmos países e bancos internacionais costumam ser os principais financiadores de várias dessas ações. Isso concentra os recursos em poucos doadores, dificultando a diversificação e a estabilidade dos fundos.
Sem um plano global coordenado, essas ações acabam sendo dispersas. A falta de colaboração leva à repetição de esforços, desperdício de recursos e competição por financiamento, o que reduz a eficácia e impede que projetos de longo prazo tenham sucesso.
As crises alimentares, agravadas por conflitos, mudanças climáticas e pandemias, exigem respostas rápidas e bem coordenadas. Porém, muitas iniciativas funcionam de forma isolada, o que dificulta a criação de resiliência e uma resposta eficiente às emergências.
Para combater a fome de forma eficiente, é essencial que as diferentes iniciativas internacionais trabalhem juntas. A coordenação dos esforços e o financiamento integrado são fundamentais para garantir intervenções eficazes e o desenvolvimento sustentável dos sistemas alimentares. Em um mundo cada vez mais complexo e interligado, a falta de coordenação diminui o impacto dessas ações, resultando em soluções fragmentadas que não tratam das causas profundas da fome.
O relatório SOFI 2024 (Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo) destaca a necessidade de um financiamento contínuo e coordenado. Sem uma estratégia clara e integrada, os avanços podem ser perdidos em tempos de crise. A dependência de poucos doadores e a falta de previsibilidade financeira dificultam a implementação de políticas de longo prazo, que são essenciais para fortalecer comunidades vulneráveis.
Além de recursos financeiros, a cooperação técnica e política é crucial. Alinhar metas, definir papéis e compartilhar informações são passos importantes para evitar duplicações e falhas nas respostas globais. O SOFI 2024 também reforça a importância de sistemas alimentares inclusivos e resilientes, garantindo que pequenos produtores e comunidades vulneráveis, muitas vezes ignorados em emergências, sejam incluídos nas políticas.
A crise alimentar está ligada a outros problemas globais, como pobreza, desigualdade e degradação ambiental. Por isso, um mecanismo de financiamento que leve em conta essas questões seria mais eficaz para resolver a insegurança alimentar. Sem uma abordagem colaborativa e que envolva vários setores, será difícil alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030, especialmente o ODS 2 – Fome Zero.
Segue abaixo a lista das iniciativas globais lançadas e algumas das referências a elas relacionadas:
2009 | G20 – Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar (GAFSP)
BIFT scales up catalytic finance for underserved agricultural entrepreneurs in low-income countries
O Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar (GAFSP) foi lançado pela Presidência estadunidense G20 em 2010, com o objetivo de enfrentar os desafios globais de fome e insegurança alimentar. Focado em apoiar os países mais pobres e vulneráveis, o GAFSP busca melhorar a produção agrícola, fortalecer a segurança alimentar e promover o desenvolvimento rural sustentável. Essa iniciativa foi impulsionada pela crise alimentar de 2007-2008, que expôs as fragilidades dos sistemas alimentares globais, especialmente nos países em desenvolvimento. O GAFSP é financiado por uma parceria entre governos, o setor privado e organizações internacionais, incluindo o Banco Mundial, que atua como gestor financeiro do programa. Desde a sua criação, o GAFSP tem apoiado projetos em mais de 50 países, com ênfase em aumentar a produtividade agrícola, melhorar o acesso a mercados e promover a resiliência diante das mudanças climáticas. Um dos principais focos é o fortalecimento das pequenas propriedades agrícolas, que representam a maioria dos agricultores nos países em desenvolvimento. Além disso, o GAFSP atua em parceria com a Aliança Global para a Segurança Alimentar (GAFS), que é co-coordenada pelo Banco Mundial e pela Presidência do G7 (lançada em 2022 – ver abaixo). O GAFSP também utiliza ativamente o painel de Segurança Alimentar e Nutricional Global, lançado em 9 de novembro de 2022, para monitorar e informar suas ações, permitindo uma resposta mais eficiente e orientada por dados.
2009 | G7/G8 – Iniciativa de Segurança Alimentar de L’Aquila
G8 joint statement on global food security – L’Aquila Food Security Initiative (AFSI)
L’Aquila Food Security Initiative Final Report 2012
A Iniciativa de Segurança Alimentar de L’Aquila foi lançada em 2009 durante a cúpula do G8 em L’Aquila, Itália, como uma resposta à crescente crise alimentar global que impactava principalmente os países mais pobres. Liderada pelos países do G8, a iniciativa visava mobilizar recursos financeiros significativos para fortalecer a segurança alimentar e nutricional em regiões vulneráveis. Essa cooperação internacional representou um compromisso de longo prazo, com um montante de mais de US$ 20 bilhões prometido para apoiar a produção agrícola, melhorar a nutrição e aumentar a resiliência dos sistemas alimentares nos países em desenvolvimento. A iniciativa enfatizou o papel da agricultura como um motor essencial para o desenvolvimento econômico e social, incentivando o investimento em infraestrutura agrícola, tecnologias inovadoras e capacitação de pequenos produtores. Além disso, a Iniciativa de L’Aquila promoveu parcerias com organizações internacionais e ONGs, garantindo que os esforços fossem coordenados e efetivos. Ao colocar a agricultura e a nutrição no centro da agenda global, a iniciativa contribuiu para reverter os efeitos negativos da crise alimentar, apoiando a recuperação das comunidades afetadas e fortalecendo a resiliência alimentar a longo prazo.
2009 | G7/G8 – A Nova Aliança para a Segurança Alimentar e Nutricional
L’Aquila Food Security Initiative (AFSI) 2012 Report
Lançada em 2012 pela presidência estadunidense G8, a Nova Aliança para a Segurança Alimentar e Nutricional tinha como objetivo estabelecer uma parceria entre governos, setor privado e organizações da sociedade civil para promover o crescimento agrícola sustentável na África. Essa iniciativa foi impulsionada pelo reconhecimento de que o investimento privado é crucial para alcançar a segurança alimentar em uma escala maior e mais rápida. A Nova Aliança comprometeu-se a levantar bilhões de dólares em investimentos agrícolas, visando beneficiar mais de 50 milhões de pessoas ao longo de 10 anos. O foco estava em aumentar a produtividade agrícola, melhorar o acesso ao mercado e fortalecer as cadeias de valor agrícolas nos países africanos. As reformas políticas, os investimentos em infraestrutura e a introdução de novas tecnologias foram componentes essenciais dessa iniciativa, buscando não apenas garantir o acesso a alimentos, mas também criar oportunidades econômicas que pudessem tirar as pessoas da pobreza. A Nova Aliança demonstrou que a colaboração entre diferentes setores pode ser um catalisador poderoso para o desenvolvimento rural, promovendo um crescimento inclusivo e sustentável que beneficia tanto os pequenos agricultores quanto as comunidades onde vivem.
2012 | NAÇÕES UNIDAS – Desafio Fome Zero
O Desafio Fome Zero, lançado pela ONU em 2012, foi uma iniciativa ambiciosa que visa acabar com a fome em nível global, inspirando ações concretas para alcançar sistemas alimentares sustentáveis e inclusivos. Baseado nos cinco pilares de eliminação da fome infantil, 100% de acesso a alimentos adequados o ano todo, sustentabilidade em todos os sistemas alimentares, aumento da produtividade e renda dos pequenos agricultores, e zero desperdício de alimentos, o Desafio Fome Zero encorajou governos, empresas, ONGs e a sociedade civil a se unirem em torno dessa causa. A iniciativa visava não apenas garantir que todas as pessoas tivessem acesso suficiente a alimentos, mas também promover dietas nutritivas e seguras, ao mesmo tempo em que enfrentava desafios como mudanças climáticas e práticas agrícolas insustentáveis. Ao impulsionar esforços colaborativos e investimentos estratégicos, a iniciativa apoiava países em desenvolvimento, ajudando-os a criar políticas públicas efetivas para fortalecer a segurança alimentar. Através da inovação, do compartilhamento de conhecimentos e da construção de parcerias, o Desafio Fome Zero consolidou-se como uma plataforma que busca transformar radicalmente o sistema alimentar global, promovendo a justiça social e erradicando a fome de forma definitiva.
2013 | G20 – Quadro de Segurança Alimentar e Nutricional
G20 Food Security and Nutrition Framework
Implementation Plan of the G20 Food Security and Nutrition Framework
Em 2013, o G20, sob a liderança da Rússia, apresentou o Quadro de Segurança Alimentar e Nutricional, que tinha como objetivo coordenar esforços globais para combater a insegurança alimentar e promover nutrição adequada. A iniciativa foi uma resposta às preocupações crescentes com os impactos das crises econômicas e ambientais na segurança alimentar global. O quadro orientava os países do G20 a adotarem políticas que melhorassem a eficiência da produção agrícola, reduzissem as perdas pós-colheita e garantissem uma distribuição justa dos alimentos. Além disso, enfatizava a importância de fortalecer as redes de proteção social, que são cruciais para apoiar populações vulneráveis em tempos de crise.
O G20 comprometeu-se a trabalhar em parceria com outras organizações internacionais, como a FAO e o Banco Mundial, para financiar projetos e compartilhar boas práticas. Essa abordagem multilateral visava não apenas mitigar os efeitos imediatos da insegurança alimentar, mas também promover a resiliência dos sistemas alimentares a longo prazo, garantindo que os países fossem capazes de enfrentar futuros desafios, sejam eles climáticos, econômicos ou de saúde.
2013 | N4G – Pacto Global sobre Nutrição para o Crescimento
Global Nutrition for Growth Compact
O Pacto Global sobre Nutrição para o Crescimento foi lançado em 2013, liderado pelo Reino Unido, Japão e França, como um esforço global para enfrentar a desnutrição e melhorar os resultados nutricionais em países em desenvolvimento. Essa iniciativa destacou o impacto da nutrição adequada no desenvolvimento humano, especialmente durante os primeiros mil dias de vida, que são críticos para o crescimento físico e cognitivo. O pacto mobilizou recursos e compromissos financeiros para programas de nutrição, visando alcançar milhões de pessoas, particularmente crianças e mulheres grávidas. Governos, organizações internacionais e o setor privado foram incentivados a se unir para apoiar ações que promovessem dietas saudáveis, melhorassem a segurança alimentar e fortalecessem os sistemas de saúde locais. Com um enfoque em nutrição baseada em evidências e alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a iniciativa reforçou a importância de políticas públicas integradas que garantam o acesso contínuo a alimentos nutritivos e seguros. O Pacto Global ajudou a chamar a atenção internacional para a necessidade urgente de investir em nutrição como uma estratégia fundamental para reduzir a pobreza, promover a igualdade e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.
2017 | União Europeia, FAO, PMA e Banco Mundial – Rede Global contra Crises Alimentares
Global Network Against Food Crises (GNAFC)
A Rede Global contra Crises Alimentares (GNAFC) é uma iniciativa multissetorial composta por atores humanitários e de desenvolvimento, unidos pelo compromisso de enfrentar as causas profundas das crises alimentares e promover soluções sustentáveis. Essa rede compartilha análises e conhecimentos, fortalecendo a coordenação de respostas baseadas em evidências ao longo do nexo humanitário-desenvolvimento-paz. Além disso, reúne iniciativas, plataformas e mecanismos existentes para ampliar sinergias e evitar duplicações, com atuação nos níveis nacional, regional e global. A visão da GNAFC é prevenir, preparar e responder a crises alimentares, apoiando os esforços coletivos para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de Fome Zero (ODS 2). Busca reduzir as necessidades, riscos e vulnerabilidades associadas à fome aguda, alcançando a segurança alimentar e melhorando a nutrição, enquanto promove a agricultura e sistemas alimentares sustentáveis. Para alcançar esses propósitos, a Rede Global contra Crises Alimentares tem como objetivos gerar informações e análises baseadas em evidências sobre crises alimentares para fortalecer o consenso e orientar a tomada de decisões e ações; alavancar investimentos estratégicos em segurança alimentar e nutricional que atendam tanto às necessidades imediatas quanto construam resiliência a longo prazo; e estabelecer conexões entre clusters, setores e atores para enfrentar as causas políticas, econômicas, sociais e ambientais subjacentes à insegurança alimentar.
2020 | FAO – Coalizão Alimentar para a COVID-19
A Coalizão Alimentar foi criada pela FAO em 2020 como uma resposta coordenada aos desafios agravados pela pandemia de COVID-19, que impactou drasticamente a segurança alimentar em várias partes do mundo. Com o objetivo de combater o aumento da fome e promover sistemas alimentares resilientes e sustentáveis, a Coalizão promove a colaboração entre governos, setor privado, ONGs e outras organizações internacionais. Essa iniciativa concentra-se em fornecer assistência técnica, recursos financeiros e suporte estratégico para os países que enfrentam crises alimentares, ajudando-os a reconstruir sistemas alimentares que sejam mais resilientes a choques futuros. A Coalizão Alimentar também visa facilitar o compartilhamento de melhores práticas e lições aprendidas entre países, promovendo inovações que possam melhorar a eficiência e a sustentabilidade na produção e distribuição de alimentos. Além disso, há um forte foco na inclusão social, garantindo que pequenos produtores, comunidades indígenas e outros grupos marginalizados tenham um papel ativo no fortalecimento da segurança alimentar. Através de uma abordagem integrada e colaborativa, a Coalizão Alimentar busca não apenas mitigar os efeitos da pandemia, mas também construir um sistema alimentar global mais justo e sustentável.
2021 | Nações Unidas – Centro de Coordenação da Cimeira dos Sistemas Alimentares
UN Food Systems Coordination Hub
Criado em 2021, o Centro de Coordenação da Cimeira dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas foi estabelecido para dar continuidade aos compromissos assumidos na Cimeira dos Sistemas Alimentares da ONU, realizada no mesmo ano. Este centro tem a missão de coordenar ações globais e promover a transformação dos sistemas alimentares, de modo a garantir a segurança alimentar e nutricional para todos. A iniciativa trabalha para catalisar mudanças em áreas como produção sustentável, acesso equitativo a alimentos nutritivos e inovação agrícola, envolvendo uma ampla gama de atores, incluindo governos, setor privado, academia e organizações da sociedade civil. O Centro de Coordenação se concentra em apoiar países na implementação de suas estratégias nacionais de sistemas alimentares, promovendo o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Além disso, fomenta a troca de conhecimentos e práticas inovadoras entre países, visando adaptar soluções locais para contextos globais. A iniciativa também busca aumentar a resiliência dos sistemas alimentares frente a desafios globais, como as mudanças climáticas e pandemias, garantindo que as comunidades sejam capazes de enfrentar crises futuras de maneira mais eficaz. Como parte das deliberações da Cimeira, uma proposta do Instituto Internacional de Pesquisa em Políticas Alimentares (IFPRI) – Financing SGD2 and Ending Hunger – lançou a ideia de um Fundo Fome Zero, que também não saiu do papel.
2022 | G7 – Aliança Global pela Segurança Alimentar
Global Food and Nutrition Security Dashboard
A Aliança Global para a Segurança Alimentar (GAFS) foi lançada em 19 de maio de 2022, em Berlim, durante a Reunião dos Ministros de Desenvolvimento do Grupo dos Sete (G7), como uma resposta à crise emergente de segurança alimentar e nutricional global. A GAFS é uma iniciativa conjunta do Banco Mundial e da Presidência Alemã do G7, com o envolvimento de parceiros humanitários e de desenvolvimento, organizações regionais e governos. A criação da GAFS foi motivada pela necessidade de uma resposta rápida e coordenada à crise alimentar e nutricional global, exacerbada por fatores como a guerra na Ucrânia, a pandemia de COVID-19, incertezas econômicas e secas severas. Seu objetivo é atuar como um fórum aberto e ágil para acelerar ações em curto prazo, promovendo sinergias entre os atores envolvidos e reforçando a preparação para crises futuras. A Aliança visa aumentar a oferta de alimentos, fertilizantes e combustíveis, além de remover barreiras comerciais e fornecer apoio financeiro para mitigar os impactos da crise. Um dos principais objetivos é fortalecer a resiliência dos países frente aos riscos atuais, como mudanças climáticas, além de apoiar agricultores a se adaptarem às condições extremas, como secas e chuvas intensas. O GAFS atua em parceria com o GAFSP, lançado pelo G20 em 2009 (ver acima).
2022 | FMI – Iniciativa para enfrentar o impacto da crise alimentar global
Tackling the Global Food Crisis: Impact, Policy Response, and the Role of the IMF
Em 2022, o Fundo Monetário Internacional (FMI) lançou uma iniciativa para enfrentar o impacto da crise alimentar global provocado pelos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, com foco no desenvolvimento de respostas políticas coordenadas e no apoio financeiro aos países mais afetados. A crise alimentar foi exacerbada pela pandemia de COVID-19 e pelos conflitos globais, que interromperam cadeias de suprimentos e aumentaram os preços dos alimentos, colocando milhões de pessoas em risco de fome. O FMI, através de seus programas de financiamento, buscou apoiar países vulneráveis na implementação de políticas de mitigação que incluíam subsídios para alimentos essenciais, assistência direta às famílias mais pobres e reformas estruturais para fortalecer o setor agrícola. Além de fornecer apoio financeiro emergencial, o FMI também colaborou com outras organizações internacionais para promover uma resposta multilateral coordenada, garantindo que os recursos fossem direcionados de maneira eficaz e que houvesse uma rede de segurança adequada para os mais necessitados. O papel do FMI nesta iniciativa também incluiu a consultoria econômica para ajudar os países a equilibrar seus orçamentos e assegurar a sustentabilidade das medidas de apoio à segurança alimentar a longo prazo.
2023 | Banco Mundial – Iniciativa para conter as crises de segurança alimentar e nutricional
World Bank Scales Up Food and Nutrition Security Crises Response to Benefit 335 Million People
Em 2023, o Banco Mundial intensificou sua resposta às crises de segurança alimentar e nutricional, ampliando o apoio financeiro e técnico a países que enfrentavam desafios crescentes devido a fatores como conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas. Esta iniciativa incluiu a mobilização de bilhões de dólares para financiar projetos que visavam melhorar a produção agrícola, facilitar o acesso ao mercado e fornecer redes de segurança para as populações mais vulneráveis. Além disso, o Banco Mundial focou em promover inovações que aumentassem a resiliência dos sistemas alimentares, como o uso de tecnologias agrícolas inteligentes e a capacitação de pequenos agricultores para melhorar sua produtividade. A iniciativa também incentivou a colaboração entre governos, ONGs e o setor privado, reconhecendo que o enfrentamento da insegurança alimentar requer esforços coletivos e coordenados. O Banco Mundial trabalhou para garantir que o financiamento chegasse rapidamente às áreas mais necessitadas, apoiando desde a compra de insumos agrícolas até a implementação de programas de nutrição para crianças. Esta resposta abrangente visava não apenas mitigar os efeitos imediatos das crises alimentares, mas também construir um caminho sustentável para a segurança alimentar global.
2024 | G20: A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Blog do IFZ | Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, liderada pela Presidência brasileira do G20, representa um avanço significativo na luta contra a fome, alicerçado nas conquistas das últimas décadas. Oficialmente, a Aliança será lançada em novembro, durante a reunião dos chefes de Estado e governo do G20, e já sinaliza uma nova abordagem para enfrentar os desafios da fome e pobreza extrema no cenário global.
Inspirada nos princípios do Fome Zero, a Aliança promove a cooperação internacional e a troca de experiências, com foco em proteção social, desenvolvimento rural sustentável e inclusão dos pequenos produtores nos mercados globais. Com isso, a iniciativa pretende fortalecer a ação coletiva, fomentando sistemas alimentares mais resilientes e inclusivos.
A cesta de políticas da Aliança reflete as práticas de sucesso do Fome Zero e do Zero Hunger, com foco na erradicação da pobreza extrema e na segurança alimentar. Essa proposta envolve ações coordenadas entre governos, organizações internacionais e o setor privado, com políticas integradas baseadas em quatro pilares: segurança alimentar, inclusão produtiva, proteção social e gestão sustentável de recursos naturais.
A inovação e a transferência de tecnologia também são essenciais na estratégia da Aliança. Uma das lições centrais do Fome Zero é que as soluções para a fome e a pobreza devem ser adaptadas às realidades locais. Programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ambos do Brasil, foram replicados internacionalmente, demonstrando o poder da cooperação entre nações no combate à fome.
O apoio à agricultura familiar, incentivo à produção sustentável e criação de mercados locais são pilares centrais que continuam a orientar as políticas da Aliança, garantindo segurança alimentar a longo prazo. A experiência acumulada em iniciativas de cooperação internacional reforça a importância dessas práticas para enfrentar os desafios globais.
Além disso, a Aliança Global enfatiza a importância da governança multissetorial e do envolvimento da sociedade civil. No modelo do Fome Zero, a participação de diferentes atores – governos, organizações da sociedade civil e setor privado – foi crucial para o sucesso das políticas. A Aliança segue essa abordagem, promovendo parcerias para garantir a inclusão social e econômica dos mais vulneráveis.
O Banco Mundial – World Bank Group Ramps Up Fight Against Global Hunger – e o GAFSP manifestaram apoio formal à Aliança.
2024 | G7: Iniciativa da Apúlia para os Sistemas Alimentares
A Iniciativa Apulia para os Sistemas Alimentares (AFSI), lançada pelo G7 sob a Presidência italiana, visa intensificar esforços para superar barreiras estruturais à segurança alimentar e nutricional, promovendo uma agricultura e sistemas alimentares sustentáveis, produtivos e resilientes. O objetivo é garantir que todas as pessoas possam progressivamente realizar o direito à alimentação adequada, incluindo a melhoria da sustentabilidade e produtividade das cadeias de abastecimento locais, regionais e globais, além de enfrentar normas discriminatórias que afetam a igualdade de gênero. A iniciativa também promove parcerias multissetoriais para implementar programas ambiciosos no campo. Com foco na transformação dos sistemas alimentares, especialmente em países de baixa renda, a AFSI apoia políticas e investimentos sinérgicos que alinhem os esforços com os planos continentais africanos. Isso inclui a cooperação técnica para agricultura sustentável e sistemas alimentares resilientes ao clima, o desenvolvimento de culturas adaptadas e o fortalecimento da saúde dos solos. Além disso, destaca-se uma iniciativa público-privada sobre café, visando fortalecer cadeias de valor e apoiar pequenos produtores. A AFSI também promove soluções inovadoras para aumentar o financiamento público e privado voltado à segurança alimentar, incluindo iniciativas de coinvestimento e mitigação de riscos em colaboração com bancos de desenvolvimento. A iniciativa apoia ações coordenadas com agências da ONU e outras organizações relevantes, destacando a importância das cadeias de valor de fertilizantes e da produção local, em alinhamento com os objetivos do Acordo de Paris.