Estudo aponta aumento de excesso de peso e obesidade em idosos brasileiros
Escola de Enfermagem da UFMG | março de 2024
A pesquisadora Laura Cordeiro Rodrigues, em sua dissertação do Mestrado em Nutrição e Saúde da Escola de Enfermagem da UFMG, realizou um estudo inédito no Brasil com mais de 157 mil idosos residentes nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal e obteve resultados que evidenciaram o aumento tanto na questão de excesso de peso, de 53,7% para 60,4% (1,16% ao ano), quanto na de obesidade na população idosa 16,1% para 20,8% (2,34% ao ano), em todos os estratos sociodemográficos estudados.
O Vigitel foi utilizado para realizar a coleta sistemática de dados entre os anos de 2006 e 2017. É um inquérito de base populacional destinado a investigar fatores de risco e proteção para o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), incluindo o consumo alimentar, excesso de peso, sedentarismo, nível de atividade física, hábito de fumar, consumo de bebidas alcoólicas e prevenção de câncer.
Ainda de acordo com o estudo, apesar das mulheres apresentarem maiores prevalências para esses fatores de risco, o aumento entre homens tem sido maior, com números de 1,23% ao ano para excesso de peso e 3,57% ao ano para obesidade, com idade ≥80 anos para excesso de peso (1,49% ao ano) e entre 70-79 anos para obesidade (3,05 % ao ano). “Tais evidências agregam importante conteúdo à literatura acerca da obesidade em idosos, pois indica que a fundamentação biológica das maiores prevalências de obesidade entre as mulheres (relacionada à redução na função ovariana induzida pela depleção estrogênica na menopausa) aparenta exercer menor carga de importância na determinação total do problema que o inicialmente imaginado”, explica a pesquisadora.
Os resultado da pesquisa mostram que os idosos com nível intermediário de escolaridade, sem diagnóstico de DCNT e que são residentes nas capitais das regiões menos desenvolvidas, possuem as maiores magnitudes nesse crescimento apontado. Além disso, devido ao maior crescimento mais acentuado nos grupos que apresentavam as menores prevalências no início do estudo, foi constatado que fatores ambientais e não biológicos estão envolvidos nesse processo.