Comida do Amanhã | 13/07/2023
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançam o relatório “O Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) 2023” que analisa o cenário da insegurança alimentar profundamente, além de indicar os desafios, oportunidades de ação e orientações para políticas públicas alimentares.
Este ano, o relatório analisou o fenômeno do impacto da urbanização e das dietas saudáveis no eixo urbano-rural e as inovações e ações-chave com foco na pressão da crescente urbanização. Dentre as soluções que provocam potentes transformações, foram citados os modelos de “food labs” (laboratórios alimentares) e o SOFI indicou o Brasil, através do LUPPA (Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares), idealizado pelo Instituto Comida do Amanhã e correalizado com o ICLEI América do Sul, como exemplo de destaque a ser seguido para alcançar o ODS 2 (objetivo de desenvolvimento sustentável) que fala sobre fome zero e agricultura sustentável.
Para Juliana Tângari, Diretora do Instituto Comida do Amanhã, embora o SOFI 2023 traga dados difíceis e desafiadores sobre o estado da insegurança alimentar no mundo, ele também aponta caminhos. “Como estamos na década da ação para o alcance dos ODS, tudo o que fazemos precisa gerar impacto rápido e sistêmico. Por isso o SOFI olha pros laboratórios alimentares como alavancas de mudança e propulsores de impacto, especialmente a partir de uma teoria de mudança que envolve as cidades e o direito dos consumidores e o papel dos ambientes alimentares. E foi exatamente essa teoria de mudança que nos norteou quando desenhamos o LUPPA e sermos reconhecidos por todas essas agências da ONU como um destaque mundial de inovação para transformação dos sistemas alimentares é o maior reconhecimento que poderíamos ter”, pontuou.
O LUPPA tem a função de ser uma ferramenta para apoiar cidades a alcançarem sistemas alimentares saudáveis para as pessoas e o planeta, resilientes às vulnerabilidades climáticas e econômicas, e promotores de justiça social, a partir da construção democrática de políticas integradas e coerentes, que tratem de forma sistêmica os desafios alimentares urbanos.
Para Rodrigo Perpétuo, Secretário Executivo para a América do Sul do ICLEI, o reconhecimento posto pela FAO compreende a necessidade de implementação local da agenda alimentar. “Temos uma crescente evolução dos conceitos e necessidades envolvidos na agenda alimentar nos últimos anos, o próprio SOFI representa essa multiplicidade de possibilidades de tratar o tema. O que entendemos que diferencia o LUPPA é sua capacidade de levar essa diversidade de uma forma construtiva e produtiva para impactar na política pública onde é feita a mudança: no nível do território, nos municípios.”
Sobre o LUPPA:
O LUPPA é um projeto do Instituto Comida do Amanhã, em correalização com o ICLEI América do Sul, com o apoio pleno do Instituto Ibirapitanga e do ICS – Instituto Clima e Sociedade, apoio master da Fundação Tide Setubal, apoio especial da Delegação da União Europeia no Brasil, Embrapa e do WWF Brasil e apoio institucional da ACT Promoção da Saúde, Alimentação Consciente Brasil , Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO Brasil e Humane Society International e parceria metodológica da Reos Partners.
Foto: Juliana Rossini