Morre Adilson Paschoal, pioneiro da agroecologia e criador do termo “agrotóxico”

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Professor aposentado da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ele tinha 82 anos

Globo Rural | 16/11/2023

Morreu, nesta quinta-feira (16/11), o professor Adilson Paschoal, considerado um dos pioneiros da agroecologia no Brasil e pesquisador que criou o termo agrotóxico para definir os produtos químicos usados no combate a pragas e doenças nas lavouras. Ele deixa a esposa, Marisa Perencin Dias Paschoal, dois filhos e uma neta.

Docente aposentado da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), ele tinha 82 anos (nascido em 8 de novembro de 1941, em Casa Branca, interior paulista). O corpo será velado nesta sexta-feira (17/11) no Velório do Crematório Memorial Metropolitano de Piracicaba.

Engenheiro agrônomo de fomação, Adilson Paschoal tinha Ph. D. em Ecologia e Conservação dos Recursos Naturais pela Ohio State University, nos Estados Unidos. Sua obra inclui mais de 300 mil trabalhos, entre artigos científicos, livros, monografias e teses.

Entre suas publicações mais importantes, está “Pragas, Praguicidas e a crise ambiental: problemas e soluções”, publicada pela primeira vez há mais de 40 anos e relançada em 2019, sob o título “Pragas, Agrotóxicos e a Crise Ambiente: problemas e soluções”.

O termo “agrotóxico” foi definido em uma artigo científico, ainda na década de 1970. Em entrevista à Globo Rural, em 2018, Adilson Paschoal lembrou-se de como foi feita a formulação do conceito.

“Eu considerei os termos que existiam (pesticidas, praguicidas e defensivos). Pensei: não tem nada que tenha uma etimologia correta, com um sentido científico e que alerte as pessoas sobre o perigo. É um tóxico. Assim, eu propus a palavra agrotóxico”, disse.

Na entrevista, ele foi questionado se o uso de agrotóxicos no campo seria inevitável, considerando o perfil da agricultura brasileira. O professor defendeu a tese de que os químicos devem ser a última opção no manejo das lavouras.

“Como aliás é hoje no manejo integrado, que considera controle cultural, controle biológico, controle genético, enfim, todas as formas possíveis. E o agrotóxico entra como última opção. É diferente do controle integrado, que é o químico mais o biológico”, explicou.

Publicado no Globo Rural
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