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Publicações do 61o. Congresso da SOBER | 2023

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Geraldo Sant'ana de Camargo Barros
Geraldo Sant'ana de Camargo Barros

Geraldo Sant’ana de Camargo Barros possui graduação em Agronomia pela Universidade de São Paulo (1970), mestrado em Economia Agrária pela Universidade de São Paulo (1973), doutorado em Economia – North Carolina State University (1976) e pós-doutorado em Macroeconomia- University of Minnesota (1989). É Professor Sênior da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Macroeconomia e suas relações com o agronegócio. É Líder e Coordenador Científico do Grupo de Pesquisa ” Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA)”. Tem atuado como consultor do Banco Mundial, FAO, Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Federação da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG), Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). (Fonte: Currículo Lattes)

Joacir Rufino de Aquino, José Graziano da Silva, Mauro Eduardo Delgrossi e Lauro Mattei
Joacir Rufino de Aquino, José Graziano da Silva, Mauro Eduardo Delgrossi e Lauro Mattei

O II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Brasil (II Vigisan) divulgado em 2022 (www.olheparaafome.com.br), apontava que 33 milhões de brasileiras estavam sofrendo com a insegurança alimentar grave, isto é, passavam fome, e outros 32 milhões conviviam com insegurança alimentar moderada, ou seja, reduziram a quantidade ingerida de alimentos por falta de recursos.

Surpreendentemente, o mesmo relatório apontou que 21,8% das famílias de agricultores familiares viviam sob insegurança alimentar grave, inseridos num ciclo vicioso de fome e pobreza. Essa situação evidencia a importância da implementação de políticas públicas efetivas para apoiar estas famílias a saírem da condição de insegurança alimentar e contribuírem para a produção de alimentos para os mercados locais.
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Mauro Eduardo Delgrossi – Universidade de Brasília
Lauro Mattei – Professor Titular do Departamento de Economia e Relações Internacionais e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Administração, ambos da UFSC
Joacir Rufino de Aquino – Professor Adjunto do Curso de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Campus de Assú/UERN)
José Graziano da Silva – Diretor-Geral do Instituto Fome Zero

Apresentação para introdução e contextuaização do estudo “Insegurança Alimentar e Agricultura Familiar: desafios atuais e oportunidades

Mauro Eduardo Delgrossi – Universidade de Brasília

Baixe aqui a apresentação de introdução ao estudo “Insegurança Alimentar e Agricultura Familiar: desafios atuais e oportunidades

Mauro Eduardo Delgrossi
Mauro Eduardo Delgrossi
João Pedro Magro
João Pedro Magro

Este artigo tem como objetivo identificar relações não causais entre o consumo calórico diário per capita estimado — utilizado como proxy para segurança alimentar e nutricional — e a renda domiciliar per capita, características populacionais e indicadores de desenvolvimento econômico.
A partir da literatura recente em economia nutricional, que estuda as relações entre rendimentos, preços, necessidades e preferências alimentares, o artigo destaca a multidimensionalidade das características alimentares e dos fatores que afetam o consumo calórico individual.
O principal resultado observado é o efeito da renda no consumo calórico da população brasileira. 
relação entre renda e consumo calórico evidencia um problema estrutural que requer políticas públicas de dupla função para combater o duplo fardo da má nutrição.
A distribuição da elasticidade da renda no consumo calórico nos quantis indica que o aumento da renda tem um efeito maior na população com alto consumo calórico do que na população com baixo consumo. Esse problema é agravado nos domicílios rurais.Leia MAIS

João Pedro Magro é Doutorando em Teoria Econômica no Insituto de Economia da UNICAMP

O debate clássico sobre a questão agrária brasileira e sobre os sistemas de produção agropecuária mostra a relação íntima com o processo histórico de desenvolvimento do país. Desde o período das capitanias hereditárias, passando pelos diversos ciclos econômicos (mineração, borracha, açúcar e café) até os dias atuais, esses dois aspectos sempre estiveram presentes no debate político nacional. Durante o ciclo do açúcar, ainda como colônia de Portugal, se instituiu no Brasil uma forma de produção monocultora e voltada para as exportações (açúcar) assentada na grande propriedade da terra que estava concentrada sob os domínios do reino de Portugal, mas que era distribuída para segmentos sociais privilegiados próximos à coroa.
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Lauro Francisco Mattei é Professor Titular do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Coordenador Geral do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (NECAT)

Lauro Francisco Mattei
Lauro Francisco Mattei
Joacir Rufino de Aquino
Joacir Rufino de Aquino

O objetivo desta exposição é fazer um rápido balanço da situação da agricultura familiar no Brasil, destacando o seu perfil e a trajetória recente das políticas públicas para o segmento.
Além disso, pretende-se apresentar experiências de políticas municipais de apoio à produção e
distribuição de alimentos saudáveis (agroecológicos e orgânicos) pela agricultura familiar no Brasil e no semiárido nordestino.
Ao final, elencam-se alguns entraves e desafios para a promoção da SAN e da inclusão produtiva
em pequenos municípios a partir de políticas públicas (federais, estaduais e locais) de fortalecimento da agricultura familiar.

Joacir Rufino de Aquino é economista filiado ao CORECON-RN, professor e pesquisador da UERN (Economia/CAA), vice-presidente da SOBER no Nordeste e membro do Instituto Fome Zero (IFZ)

Apresentação de uma possível “agenda futura” no contexto da Insegurança Alimentar e Agricultura Familiar

José Graziano da Silva – Diretor-Geral do Instituto Fome Zero

Baixe aqui a apresentação “Agricultura Familiar: agendas futuras

José Graziano da Silva 300x400
José Giacomo Baccarin
José Giacomo Baccarin

Entre 2007 e 2021, foi constatada no Brasil a inflação de alimentos, com seus preços subindo relativamente mais que outros conjuntos de preços ao consumidor. O objetivo do artigo é analisar como o nível de abertura comercial de 19 cadeias agroalimentares no Brasil influenciou na disponibilidade interna agrícola/agroindustrial e na variação de preço ao consumidor de seus respectivos produtos, entre 2007 e 2021.

A hipótese adotada é que o aumento das exportações líquidas de alimentos pelo Brasil no século XXI, em período marcado por preços internacionais altos, contribuiu para elevar, diretamente, os preços agrícolas dos comercializáveis e de alimentos derivados e, indiretamente, dos não comercializáveis. Usaram-se dados estatísticos de diferentes fontes oficiais, especialmente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), procurando conciliar informações de três bases de dados: fluxos comerciais, produção nacional e variação de preços dos alimentos no domicílio.
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José Giacomo Baccarin – Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Sergio Rangel Fernandes Figueira – Universidade Estadual Paulista (UNESP)
João Pedro Simões Magro – Universidade de Campinas (UNICAMP)
Gustavo Jun Yakushiji – Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (ESALQ/USP)

Objetivou-se caracterizar a inflação de alimentos no Brasil, entre 2007 e junho de 2022, no geral e considerando-se os itens, as cadeias agroalimentares, de acordo com o nível de abertura externa, o grau de processamento e a manifestação em nove cidades brasileiras. Usaram-se basicamente dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com diferentes níveis de desagregação.

A partir da reorganização de seu nível mais desagregado, os subitens, pode-se analisar a contribuição das cadeias e do grau de processamento. Ficou plenamente caracterizada a inflação de alimentos no Brasil, entre 2007 e junho de 2022, agravada no período da pandemia da Covid 19. A inflação de alimentos no domicílio foi generalizada entre seus componentes.
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José Giacomo Baccarin, Karina Rúbia Nunes, Jonatan Alexandre de Oliveira, Alan Rodrigo Panosso – Universidade Estadual Paulista (UNESP)

José Giacomo Baccarin
José Giacomo Baccarin
Rodolfo Hoffmann
Rodolfo Hoffmann
Sílvia Helena Galvão de Miranda
Sílvia Helena Galvão de Miranda
Josimar Gonçalves Jesus
Josimar Gonçalves Jesus

Este estudo analisa a relação entre distribuição de renda, pobreza e insegurança alimentar no Brasil, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, 2009 e 2013 e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018.

Nessas quatro edições, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) levantou, em nível nacional, informações sobre insegurança alimentar, por meio da aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA).
Dada a sua importância, uma seção inicial é dedicada a discutir o próprio conceito de segurança alimentar. Os resultados mostram que a dinâmica da distribuição da renda é o condicionante fundamental da dinâmica da insegurança alimentar no País.
As análises de regressão evidenciam que a insegurança alimentar medida pela EBIA, nos diferentes níveis, está fortemente relacionada com a pobreza.

Ademais, os resultados também sugerem que o forte crescimento da insegurança alimentar, particularmente da insegurança alimentar leve e, com menos intensidade, da moderada, de 2013 a 2017-2018, se deve, em parte, ao caráter parcialmente subjetivo da medida de insegurança alimentar construída a partir da EBIA, estando associado à desilusão com a piora das condições econômicas que se seguiu após um longo período (2003-2014) de melhoria das condições de vida da população brasileira.

Rodolfo Hoffmann é professor sênior da “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” (Esalq) da USP

Sílvia Helena Galvão de Miranda é professoa associada da Esalq/USP

Josimar Gonçalves de Jesus é pós-doutorando da Esalq/USP

No cenário global, o Brasil ocupa papel relevante na economia, na política, na ciência, na cultura, no esporte e em outros tantos e variados campos de manifestação da atividade humana. Não obstante, nesse mesmo Brasil, enormes contingentes populacionais encontram-se na miséria e passam fome.

A persistência dessas privações a direitos humanos básicos se deve menos à escassez absoluta ou relativa de recursos e muito mais ao elevado grau de desigualdade da sua distribuição. O padrão distributivo brasileiro é ímpar no rol das sociedades com níveis semelhantes de desenvolvimento. Trata-se de um dos mais elevados graus de desigualdade de renda do mundo.

A questão da produção e autossuficiência alimentar é, ainda hoje, preocupação de muitos países. No entanto, desde a publicação da obra Poverty and Famines, de Amartya Sen, no início da década de 1980, está bem estabelecido que a fome pode existir mesmo se os suprimentos de alimentos forem adequados em nível nacional e internacional e os mercados estiverem funcionando bem.

Não pode haver dúvida de que há milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar no Brasil e que isso não se deve à falta de alimentos no País, ou à inexistência de oferta de alimentos a preços razoáveis, ou a problemas de logística na sua distribuição, mas sim ao fato de essas pessoas não terem acesso a alimentos suficientes, e isso se relaciona, em geral, com o fato de elas não terem renda suficiente para comprar alimentos.Leia MAIS

Rodolfo Hoffmann é professor sênior da “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz” (Esalq) da USP
Josimar Gonçalves de Jesus é pós-doutorando da Esalq/USP

Rodolfo Hoffmann
Rodolfo Hoffmann
Josimar Gonçalves Jesus
Josimar Gonçalves Jesus

No Congresso da Sober de Ilhéus, no painel “Produção agropecuária: estrutura produtiva, empregos e mercados”, Balsadi (2019)1 chamou a atenção para aspectos importantes (tendências consolidadas e novos desafios) no tocante ao mercado de trabalho na agricultura brasileira.

Nas últimas décadas, o mercado de trabalho na agricultura apresentou um conjunto importante de transformações, oriundas tanto de alterações na composição da produção agropecuária nos Estados e nas grandes regiões, como de profundas transformações nas estruturas produtivas, em suas vertentes tecnológicas, de gestão e de introdução de novos sistemas produtivos.Leia MAIS

Otavio Valentim Balsadi – Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Vanessa da Fonseca Pereira – Pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Sandra Mara de Alencar Schiavi – Professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Nicole Rennó Castro – Professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ/USP

O objetivo geral da pesquisa foi analisar, numa abordagem sociotécnica, o protagonismo da Rede APOMS em Mato Grosso do Sul, como território de práticas orgânicas e agroecológicas, em possíveis mudanças para sistemas alimentares sustentáveis.

O sistema alimentar territorializado eleito como objeto da pesquisa foi a Rede de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (APOMS), que envolve agricultores de doze municípios. A pesquisa foi bibliográfica, exploratória, descritiva e qualitativa, realizada por meio de fontes secundárias e entrevistas semiestruturadas.
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Christiane Marques Pitaluga – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
Profa. Orientadora: Cleonice Alexandre Le Bourlegat – Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)