Blog do IFZ | 28/07/2025
A confirmação oficial da saída do Brasil do Mapa da Fome da FAO, publicada na nova edição do relatório SOFI 2025, gerou ampla repercussão na imprensa nacional e internacional. O país atingiu o limiar técnico estabelecido pelas Nações Unidas — com prevalência de subalimentação inferior a 2,5% — e volta a ser classificado, por convenção, como livre da fome crônica.
No Brasil, o destaque coube inicialmente ao UOL, que publicou uma entrevista exclusiva com José Graziano da Silva, ex-Diretor-Geral da FAO e atual Diretor do Instituto Fome Zero (IFZ). Na conversa conduzida por Jamil Chade, Graziano celebra a conquista, mas alerta: “A saída do Mapa da Fome não significa que todos os problemas de alimentação estão resolvidos.” Ele também sublinha a importância da mobilização da sociedade civil durante os anos de retrocesso e da retomada das políticas públicas a partir de 2023.
O G1 também deu destaque ao tema, com a reportagem se mantendo por horas na homepage do maior portal de notícias do país. A matéria relata o impacto político da conquista e traz declarações do presidente Lula, que classificou a saída do Mapa como uma “vitória da reconstrução social”.
Na Folha de S.Paulo, a cobertura enfatizou os dados técnicos do relatório da FAO e a trajetória das políticas públicas brasileiras desde 2003. A reportagem lembrou que o país já havia saído do Mapa da Fome em 2014, mas voltou à lista durante o governo Bolsonaro, com o desmonte de programas como o Bolsa Família, o PAA e o CONSEA.
Já o Estadão destacou as declarações do presidente Lula após a divulgação do relatório, em que o chefe de Estado celebrou a conquista como um feito do povo brasileiro e das políticas públicas restauradas nos últimos dois anos.
A repercussão internacional também foi expressiva. O site especializado Nutrition Insight destacou que a saída do Brasil do Mapa acontece em um contexto global de estagnação no combate à fome, e que o país “voltou a ser um exemplo de políticas públicas eficazes”.
O portal regional MercoPress, voltado ao Cone Sul, ressaltou o simbolismo da conquista para o governo Lula e para a América Latina, lembrando que o Brasil é hoje “a principal referência regional em políticas sociais de segurança alimentar”.
Já o jornal chileno El Periodista noticiou a celebração do governo brasileiro e a importância histórica da retomada de programas como o Bolsa Família, agora focado em crianças e mulheres.
A plataforma internacional Yahoo Noticias – EUA/Espanhol ecoou os números divulgados pela FAO e reproduziu trechos do discurso de Lula, que destacou o papel da sociedade civil e das cozinhas solidárias no período de emergência social mais grave da última década.
Com essa ampla repercussão, o Brasil se recoloca no centro do debate global sobre estratégias eficazes de combate à fome — mas também reforça a necessidade de não repetir os erros de 2014, quando a conquista foi tratada como ponto final, e não como ponto de partida.
