A amora possui alto valor nutricional, medicinal e cosmético; ajuda no tratamento de dores nos joelhos, gera colágeno e fortalece as articulações

Por Beatriz Riverón | 11/09/2024

Informação geral

Os frutos da amora constituem uma fonte concentrada de nutrientes valiosos, bem como de compostos bioativos de interesse terapêutico. Destaca-se sua importância como alimento funcional.

A amora (Rubus fruticosus, da família Rosaceae), nativa da Europa, Ásia e Norte da África, é uma planta perene e lenhosa que pode alcançar até 3 metros de altura. É altamente invasiva, com caules longos e flexíveis cheios de espinhos que, quando entram em contato com o solo, desenvolvem raízes laterais, originando uma nova planta (reprodução assexuada), tornando-se uma espécie persistente, capaz de colonizar vastas áreas por longos períodos.

Essa planta tolera facilmente solos pobres e é comumente encontrada em terrenos baldios e edifícios abandonados. Ela apresenta simultaneamente floração e vários graus de maturação dos frutos, algo incomum em outras espécies.

A fruta da amora é uma infrutescência ou agregado de frutos globulares. As diversas cores que adota determinam seu grau de maturação (verde, vermelho e quase preto). As frutas são consumidas frescas ou em sobremesas, compotas e, às vezes, na produção de vinho. São muito saborosas e oferecem diversos benefícios à saúde.

Além das frutas, podem ser utilizadas as folhas, os botões florais e, em menor proporção, a raiz.

A amora é rica em antioxidantes, como antocianinas e resveratrol, que ajudam a combater os radicais livres no organismo, prevenindo o envelhecimento precoce e doenças crônicas. Além disso, alivia dores nas articulações, como as causadas pela artrite, principalmente devido às suas propriedades anti-inflamatórias resultantes das substâncias antioxidantes.

A fruta contém vitamina C, essencial para o fortalecimento do sistema imunológico, ajudando a prevenir resfriados e outras doenças.

Propriedades nutracêuticas da amora

• As frutas de amora são ricas em vitamina C, o que contribui significativamente para a síntese de colágeno. Essa vitamina também melhora a absorção de ferro, prevenindo estados anêmicos.
• Junto com a vitamina C, a amora também é rica em ácido fólico (vitamina B9) e niacina (vitamina B3), além de conter minerais como ferro, cálcio e magnésio, essenciais para a manutenção da saúde óssea.
• As frutas de amora também contêm quercetina, um flavonoide antioxidante com extensas propriedades farmacológicas, como anti-inflamatória, anticancerígena (atuando no sistema imunológico), antiviral, além de evitar a formação de cataratas em diabéticos. Possui ainda propriedades anti-histamínicas (antialérgicas) e cardioprotetoras, reduzindo o risco de doença coronariana e a incidência de infarto do miocárdio.
• As altas concentrações de fenóis, flavonoides e antocianinas presentes nos frutos exercem forte ação inibitória sobre as enzimas tirosinase e elastase. A tirosinase, na presença do aminoácido tirosina e oxigênio, forma melanina, enquanto a elastase degrada a elastina, substância que, junto com o colágeno, determina as propriedades elásticas das fibras do tecido conjuntivo. Por isso, os extratos da amora são utilizados na fabricação de cosméticos, como cremes tópicos para cuidados com a pele, com excelente compatibilidade e estabilidade.
• Outros compostos polifenólicos presentes nas amoras, como as antocianinas (responsáveis pelos pigmentos), são gastroprotetores, antiulcerativos e antiedêmicos.
• Os ácidos graxos poli-insaturados, como o linoleico e o α-linolênico, que desempenham funções em diversas vias metabólicas, também foram identificados no bagaço da amora, além de açúcares, pectina, glicosídeos, terpenos e ácidos carboxílicos de cadeia, como isocítrico, succínico, oxálico, málico e láctico.
• A parte aérea da planta, que pode ser usada em infusões, é rica em taninos e ácido gálico livre (componente dos taninos), além de vilosina (sesquiterpenoide), que tem propriedades anti-inflamatórias. Juntamente com as antocianinas, esses compostos proporcionam diversas atividades farmacológicas, como antioxidantes, anticancerígenas, antimicrobianas, antidiarreicas e antivirais. As folhas também contêm hidroquinonas, como arbutina (uma hidroquinona glicosilada) e inositol. Essas substâncias estão envolvidas em diversos processos biológicos, tais como: montagem do citoesqueleto, controle da concentração intracelular de Ca2+, manutenção do potencial da membrana celular, modulação da atividade da insulina, quebra de gorduras e redução dos níveis de colesterol no sangue.
  Alguns resultados preliminares de estudos com suplementos de inositol mostram ganhos promissores para pessoas que sofrem de distúrbios como bulimia, transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtornos bipolares.

Tabela nutricional da amora

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https://www.tudogostoso.com.br/noticias/a-fruta-queridinha-da-medicina-trata-dores-nos-joelhos-gera-colageno-e-fortalece-as-articulacoes-a15129.htm  consultado em 06/09/2024.

Beatriz Riverón é doutora em Microbiologia, na área de Genética Molecular de Microrganismos, pelo ICB/USP.
Foi colaboradora do Instituto Butantan e professora adjunta da Universidade Mackenzie. Atualmente, está aposentada, escreve para revistas eletrônicas especializadas e é colaboradora regular do Blog do IFZ.