IFZ | 13/12/2023
Estava tudo pronto para receber o presidente Luís Inácio Lula da Silva na 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que termina amanhã em Brasília. Enormes filas se formaram ao longo da tarde. Os seguranças já tinham revistado centenas de bolsas e o plenário estava repleto de gente feliz, pela certeza de ver de perto o presidente Lula e ouvir dele as mensagens sobre o que fazer para cumprir o objetivo principal do seu governo: acabar com a fome e com a insegurança alimentar.
Mas quando foi anunciado que a participação de Lula tinha sido cancelada, pareceu ter caído sobre o plenário um balde de água fria, que apagou rapidamente o entusiasmo das mais de 2 mil pessoas presentes e acendeu, em seu lugar, a frustração e o desencanto.
A difícil missão de informar sobre a desistência de Lula ficou a cargo da presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) Elisabetta Recine. Com a fala embargada e olhos marejados, ela disse que o presidente estava sem voz e não poderia participar do evento.
O que se viu a partir daí, foi uma debandada de pessoas, que deixaram o auditório em sinal de protesto pela ausência consumada. “Só sei que pegou mal. Ele poderia ter vindo, ficado calado e apenas acenado para esse auditório lotado. As pessoas estavam felizes, queriam ver o presidente. Lula não deveria faltar a um evento como esse, que está discutindo o combate à fome”, reclamou uma indígena, que preferiu o anonimato.
Mas a vitalidade da sociedade civil tem um sentido muito mais sublime do que a frustração de todos e de todas com o não comparecimento do presidente Lula. O fato de a Conferência estar acontecendo no primeiro ano do terceiro mandato de Lula e do Consea ter sido reinstalado, é um alento para militantes dessa área, que há anos não se reuniam em função do desmonte dos mecanismos de participação social e das políticas públicas para o setor.
É essa militância que vai se debruçar até amanhã para dar forma às discussões de temas prioritários dessa agenda. As respostas urgentes para acabar com a fome e para garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada virão dos inúmeros debates que antecederam à realização da 6ª CNSAN e das intensas discussões levadas a cabo nestes últimos três dias.
É a partir das sugestões oriundas desses encontros que o Governo Federal deverá propor e ampliar as ações e políticas públicas para tirar novamente o Brasil do Mapa da Fome, da FAO.
O Instituto Fome Zero se soma a todos esses esforços e participa da 6ª CNSAN representado pelo diretor-geral, José Graziano da Silva, e pelos diretores Walter Belik e Ana Cláudia Santos, além de estarem presentes vários especialistas que também integram a equipe do IFZ.