No G20, Brasil propõe Aliança Global contra a fome e a pobreza

Blog do IFZ | 27/02/2024

Durante a primeira reunião técnica virtual da Força-Tarefa do G20, realizada entre os dias 21 e 23 de fevereiro, o Brasil propôs a formação de uma aliança global contra a fome e a pobreza. Esta iniciativa, impulsionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a presidência rotativa do Brasil no G20, visa mobilizar recursos financeiros e conhecimento técnico para enfrentar esses desafios em nível global.

A proposta recebeu destaque durante o encontro online, onde se discutiu o termo de adesão dos países interessados na aliança global. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, enfatizou a importância da participação do G20 nesse esforço, visando alcançar resultados significativos na luta contra a fome e a pobreza em todo o mundo.

A aliança global será baseada em três pilares: institucional, de conhecimento técnico e financeiro. No pilar financeiro, espera-se o comprometimento de países desenvolvidos e de grandes empresários para apoiar as ações contra a fome e a pobreza nos países em desenvolvimento. No pilar institucional, os países se comprometem a implementar políticas consideradas prioritárias, enquanto no pilar técnico, busca-se aproveitar as experiências e conhecimentos existentes para reduzir a fome e a pobreza em diferentes contextos nacionais.

O Brasil, como proponente da aliança, se dispôs a compartilhar suas experiências, incluindo programas sociais bem-sucedidos como o Bolsa Família. Além disso, a transferência de conhecimento da Embrapa e da Fiocruz também está entre as contribuições que o país pode oferecer para fortalecer a aliança global.

Segundo estudos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), há 735 milhões de pessoas em situação de fome no mundo, e cerca de US$ 80 bilhões por ano são necessários para reduzir a pobreza e tirar essas pessoas do mapa da fome até 2030, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU.

A expectativa é que a aliança global seja oficialmente lançada durante a cúpula de chefes de Estado e de Governo do G20, prevista para novembro, no Rio de Janeiro, evidenciando o compromisso dos países membros em enfrentar os desafios da fome e da pobreza em escala global.

Saulo Ceolin (MRE), à esquerda., e Renato Godinho (MDS) fazem balanço de primeira reunião da Força-Tarefa [Foto MDS]
Saulo Ceolin (MRE), à esquerda., e Renato Godinho (MDS) fazem balanço de primeira reunião da Força-Tarefa [Foto MDS]

Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza: Pilares e Objetivos

A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza se fundamenta em três pilares essenciais:

  1. Nacional: Compromisso dos países em implementar políticas efetivas de combate à fome e à pobreza.
  2. Financeiro: Mobilização de fundos globais e regionais para apoiar a implementação de programas antifome e antipobreza.
  3. Conhecimento: Criação de um centro de conhecimento para promover assistência técnica e compartilhamento de experiências entre os membros da Aliança.

O objetivo principal é reunir recursos e conhecimentos para:

  • Ampliar ações, políticas e programas em nível nacional.
  • Priorizar os mais pobres e vulneráveis.
  • Implementar políticas nacionais de maneira consistente.
  • Dar destaque à alimentação saudável.
  • Apoiar pequenos e médios produtores.
  • Investir em inovação tecnológica para aumentar a produtividade.

O Brasil pode contribuir para a iniciativa por meio da transferência de conhecimento da Embrapa e da Fiocruz, além da exitosa experiência com o programa Bolsa Família.

Dados relevantes

  • 735 milhões de pessoas no mundo estão em situação de fome, segundo a FAO.
  • US$ 80 bilhões por ano são necessários para tirar essas pessoas do mapa da fome e reduzir a pobreza mundial até 2030.

A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza representa um passo crucial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que visam erradicar a fome e a pobreza até 2030.

Próximos passos

O coordenador-geral de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Saulo Ceolin, lembrou que, ao longo da reunião, foram apresentados e debatidos quatro relatórios, elaborados por organizações internacionais presentes no encontro, como Banco Mundial, OMC, Unesco, FAO, OMS, Unicef, entre outras. “Essa discussão sobre os relatórios serve de base para formatar o que vai ser a Aliança Global”, comentou.

Os trabalhos da Força-Tarefa terão continuidade ao longo do ano. A expectativa é que a Aliança seja lançada no fim do ano, durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro.

Com informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)