Consumo nos lares brasileiros registra crescimento de 2,48% no primeiro trimestre de 2025, aponta ABRAS

Post publicado:01/05/2025
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Blog do IFZ | 01/05/2025

Num cenário de transição econômica e social, em que os lares brasileiros ainda equilibram as marcas de anos de incertezas com sinais de recuperação, o consumo doméstico voltou a exibir fôlego no primeiro trimestre de 2025. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o setor registrou um crescimento acumulado de 2,48% nos três primeiros meses do ano — um desempenho significativo, especialmente por não refletir o impulso tradicional das compras de Páscoa, celebrada em abril.

Esse avanço, mais do que um mero indicador estatístico, revela uma dinâmica mais profunda de reorganização do orçamento das famílias, estimulada por fatores como a melhora no mercado de trabalho, a redução da inflação sobre itens essenciais e a injeção de recursos por meio de políticas públicas e transferências de renda. O momento sugere não apenas uma recuperação pontual, mas o prenúncio de uma tendência sustentada de reativação do consumo.

Desempenho mensal e comparativo anual

O consumo nos lares brasileiros apresentou um crescimento de 2,48% no primeiro trimestre de 2025, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Este resultado é particularmente expressivo, considerando que não inclui o impacto sazonal da Páscoa, celebrada em abril deste ano.

Em março, o consumo registrou um aumento de 6,96% em relação a fevereiro, encerrando o trimestre com uma alta acumulada de 2,48%. Na comparação com março de 2024, o crescimento foi de 2,95%. Todos os indicadores foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), garantindo uma análise realista do poder de compra das famílias.

Fatores contribuintes para o crescimento

Segundo o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, o desempenho positivo sinaliza uma retomada do consumo das famílias, sustentada por diversos fatores:

Melhora no Mercado de Trabalho: A taxa de desemprego caiu de 7,9% no trimestre encerrado em março de 2024 para 7% no mesmo período de 2025, indicando uma recuperação no emprego formal.
Redução nos Preços de Itens Básicos: Houve menor pressão sobre os preços da carne bovina e de alguns itens essenciais, aliviando o orçamento das famílias.
Recursos Extraordinários: A liberação escalonada de R$ 12 bilhões via Saque-Aniversário do FGTS e a distribuição dos valores do Programa Pé-de-Meia contribuíram para o aumento da renda disponível.
Transferências de Renda Regulares: O pagamento do Bolsa Família injetou R$ 13,66 bilhões, beneficiando 20,48 milhões de famílias em março. Além disso, houve a continuidade do pagamento do PIS/Pasep, com previsão de liberação de R$ 30,7 bilhões ao longo de 2025, e a liberação de R$ 2,8 bilhões em Requisições de Pequeno Valor (RPVs) do INSS.

Perspectivas para os próximos meses

Outros repasses relevantes devem reforçar o consumo nos próximos dias. Em 2 de maio, será pago o reajuste dos servidores públicos federais, com montante estimado de R$ 17,9 bilhões. Além disso, segue em andamento o pagamento da antecipação do 13º salário para aposentados, pensionistas e demais beneficiários do INSS, que contempla cerca de 34,2 milhões de segurados. A primeira parcela está sendo paga entre os dias 24 de abril e 8 de maio, enquanto a segunda parcela será liberada de 26 de maio a 6 de junho — totalizando um montante de R$ 73,3 bilhões injetados na economia. Juntas, essas duas medidas somam R$ 91,2 bilhões em recursos adicionais para as famílias.

Consumo nos Lares Brasileiros

Índice do mês de março (atualizado em 24 de março de 2025)

Em Fevereiro/25, o consumo dos lares em valores reais, deflacionado pelo IPCA/IBGE, apresentou queda de -4,25% na comparação com o mês imediatamente anterior (Jan/25) e alta de 2,25% em relação ao mesmo mês do ano de 2024 (Fev/24).

No acumulado do ano, o consumo apresentou crescimento real de 2,24%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou alta de 1,31% no mês e alta de 5,06% no acumulado do ano.