Ministra diz que mudança climática pode afetar produção de alimentos e que para ajudar na segurança alimentar Brasil precisa fazer dever de casa
Blog do IFZ | 28/02/2024
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, lançou um alerta contundente durante um evento realizado nesta terça-feira (27), destacando os possíveis impactos da mudança climática na produção de alimentos no Brasil. Ela enfatizou que estudos científicos recentes identificaram áreas com características de desertificação em território nacional, além da expansão de regiões de baixa umidade em várias partes do país.
Durante o evento promovido pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), que integra a programação paralela ao encontro do G20, a ministra participou de uma mesa redonda com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.
Marina Silva ressaltou que a escassez de alimentos pode desencadear desregulações na economia global e instabilidades geopolíticas, alertando para o risco de inflação global decorrente da insegurança alimentar provocada pelas mudanças climáticas. Ela salientou que é fundamental reconhecer a inter-relação entre risco inflacionário e instabilidade econômica, muitas vezes associados à energia, mas sublinhou que o risco para a segurança alimentar pode ser ainda mais significativo.
A ministra enfatizou a necessidade de uma sinergia entre as políticas ambientais e econômicas no Brasil, destacando uma convergência de interesses entre essas áreas pela primeira vez na história do país. Ela mencionou que o plano de transformação ecológica está sendo coordenado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o que, segundo ela, facilitará a sua integração em diferentes esferas do governo.
Além disso, Marina Silva anunciou uma parceria firmada com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para fornecer garantias cambiais a projetos de desenvolvimento de economia verde no país. O BID disponibilizará US$ 3,4 bilhões em contratos de derivativos, que serão repassados pelo Banco Central a instituições financeiras brasileiras. Esses derivativos, contratos financeiros que visam reduzir riscos em operações financeiras, serão vinculados a diversos ativos, como commodities, moedas estrangeiras e taxas de juros.
Com informações da Agência Brasil