Desmatamento na Amazônia tem redução expressiva de 42% no início de 2024

Blog do IFZ | 05/04/2024

Dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) trazem boas notícias em relação ao desmatamento na Amazônia. No primeiro trimestre de 2024, houve uma queda expressiva de 42% nos alertas de desmatamento em comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com os registros do sistema Deter, os alertas de desmatamento na Amazônia totalizaram uma perda de 491,8 km² de vegetação nativa nos primeiros três meses de 2024, uma redução significativa em relação aos 844,6 km² registrados em 2023.

Enquanto isso, no Cerrado, a situação é um pouco diferente e causa preocupação; o índice de desmatamento cresceu 2% no mesmo período, atingindo o nível mais alto da série histórica, iniciada em 2016. A área perdida no Cerrado neste ano equivale à extensão territorial da cidade de São Paulo, totalizando 1.445,6 km².

Esses dados, fundamentais para o monitoramento ambiental, foram divulgados nesta sexta-feira (5) pelo INPE e abrangem o período até o dia 28 de março para a Amazônia e, para o Cerrado, até o dia 29 de março.

Um fator a ser considerado é a sazonalidade do desmatamento, especialmente no início do ano, quando ocorre a temporada de chuvas na região. Isso geralmente dificulta as atividades de desmatamento, contribuindo para os números positivos observados neste trimestre. Além do que, o céu nublado também pode dificultar a captura de imagens pelos satélites utilizados pelo sistema Deter. Em março, a cobertura de nuvens registrada pelo INPE na Amazônia foi de 30%, enquanto no cerrado foi de 23%. O sistema Deter desempenha um papel crucial ao mapear e emitir alertas de desmatamento, fornecendo informações valiosas para orientar ações do Ibama e outros órgãos de fiscalização ambiental.

Os números oficiais sobre o desmatamento foram obtidos por meio do sistema Prodes do INPE, conhecido por sua precisão e divulgado anualmente.
Os dados mais recentes do Prodes, divulgados em novembro, mostraram uma redução no desmatamento da Amazônia entre agosto de 2022 e julho de 2023, em contraste com um aumento no desmatamento do cerrado no mesmo período.

Os dados divulgados hoje pelo INPE ratificam levantamento publicado pelo Sistema de Monitoramento do Imazon no final de fevereiro.

Segundo dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) no dia 21 de fevereiro, a devastação na floresta amazônica demonstrou significativa redução, marcando o décimo mês consecutivo de declínio no desmatamento, com uma queda de 60% em comparação ao mesmo período do ano passado.

O monitoramento por imagens de satélite realizado pelo Imazon revelou que a área devastada em janeiro de 2024 totalizou 79 km². Em contrapartida, no ano anterior, a floresta perdeu 198 km² para o desmatamento.

Embora a redução seja evidente, os números ainda alarmam: o desmatamento observado em janeiro representa a perda de mais de 250 campos de futebol por dia de floresta.

Esses dados são compilados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto, que detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal, levando em conta degradações florestais a partir de 1 hectare, equivalente a cerca de 1 campo de futebol. A Amazônia Legal abrange uma vasta região que corresponde a 59% do território brasileiro, incluindo áreas de 9 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

O resultado de janeiro representa o menor índice registrado para o mês desde 2018, quando o sistema apontou 70 km² de desmatamento.

Com informações do INPE e do g1