Blog do IFZ | 20/03/2024

A segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira traz à luz a importância fundamental de uma alimentação saudável não apenas para a saúde física, mas também para o bem-estar mental.

Uma das principais recomendações do Guia é a distribuição equilibrada das refeições ao longo do dia, em porções menores. Este hábito não só otimiza a transformação dos alimentos em energia, mas também permite uma melhor absorção de nutrientes pelo organismo, evitando sobrecargas digestivas que podem resultar em cansaço e lentidão. O Guia não estabelece um número específico de refeições diárias, reconhecendo a variabilidade nos hábitos alimentares das pessoas. No entanto, destaca a importância de uma alimentação diversificada e balanceada, composta principalmente por alimentos in natura e minimamente processados.

O atual rítmo de vida, com rotinas diárias corridas, nos levam a adotar hábitos alimentares pouco saudáveis, como pular refeições ou optar por alimentos de difícil digestão. No entanto, essas escolhas podem afetar negativamente nossa disposição e produtividade. O corpo necessita de um fornecimento constante de nutrientes para funcionar adequadamente, e isso só é possível com uma alimentação equilibrada ao longo do dia. O Guia Alimentar enfatiza a importância de não usar o trabalho ou a falta de tempo como desculpa para maus hábitos alimentares. Pequenas mudanças, como incluir lanches saudáveis durante o expediente ou preparar refeições balanceadas com antecedência, podem fazer uma grande diferença na saúde e bem-estar geral.

Além disso, o Guia destaca que uma alimentação saudável não só fornece os nutrientes essenciais para o corpo, mas também desempenha um papel fundamental na redução do estresse, na melhoria do humor e na promoção do bem-estar mental e emocional. Priorizar uma dieta equilibrada e variada é uma estratégia eficaz para garantir uma vida mais saudável e feliz.

Alimentação saudável aumenta a disposição e combate o cansaço

A nutricionista Simone Rocha, presidente da Associação de Nutrição do Distrito Federal, destaca a importância de uma alimentação adequada para manter a energia ao longo do dia. Ela explica que quem se alimenta mais vezes ao dia, em pequenas porções, consegue transformar os alimentos em energia de forma mais eficiente. Em contrapartida, aqueles que fazem apenas duas refeições diárias, em grande quantidade, ou consomem alimentos gordurosos de digestão lenta, acabam gastando mais energia na digestão do que em outras atividades.

Simone Rocha destaca que hábitos alimentares não saudáveis podem gerar cansaço e sonolência durante o dia. Comer em pequenas porções várias vezes ao dia, dando preferência a alimentos saudáveis e in natura, pode proporcionar mais disposição e ajudar a combater o cansaço. Portanto, é essencial adotar uma alimentação equilibrada e fracionada para manter o corpo funcionando adequadamente e evitar sobrecargas no sistema digestivo. Lembre-se: mesmo com uma rotina agitada, é possível manter bons hábitos alimentares, como levar lanches saudáveis para o trabalho e evitar pular refeições.

Alimentação saudável reduz o estresse e melhora o bem-estar

Renata Monteiro, professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), destaca a relação entre uma alimentação saudável e o bem-estar geral. Ela explica que a presença de uma variedade de alimentos, especialmente in natura, fornece fibras, vitaminas e minerais que estão ligados ao prazer e à satisfação. Dietas restritivas, por outro lado, podem aumentar os hormônios do estresse, gerando mau humor. Portanto, uma alimentação saudável e variada pode favorecer o bem-estar emocional.

Renata Monteiro enfatiza a importância de evitar dietas restritivas e priorizar uma alimentação saudável, colorida e variada para garantir o funcionamento correto do organismo. Ficar sem comer por longos períodos pode aumentar o estresse e afetar negativamente o bem-estar mental. Portanto, é essencial fazer várias refeições ao longo do dia, sempre priorizando alimentos saudáveis. Isso não apenas ajuda a manter o humor, mas também contribui para o bem-estar físico e emocional.

10 anos do Guia Alimentar para a População Brasileira

Em 2024, o Guia Alimentar para a População Brasileira completa 10 anos! A edição mais recente do Guia foi publicada pelo Ministério da Saúde em 2014, em parceria com o o Nupens e com o apoio da Organização Pan Americana da Saúde (Opas/Brasil).

No dia 7 de fevereiro, a coordenadora do NUPENS, Patrícia Jaime, conversou com Kelly Alves, coordenadora geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, inaugurando as comemorações de aniversário do documento.

“O Guia Alimentar é produto de um processo técnico , político e histórico, que consolidou na academia e na administração pública o que é a alimentação adequada e saudável”, explicou Jaime. Ela reforçou que a publicação foi construída a partir de novos paradgimas no campo científico, como a criação da classificação NOVA de alimentos – que introduziu novos indicadores sobre a relação entre o padrão de consumo alimentar e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.

“Dados lançados em 2011 indicavam uma mudança no padrão de consumo alimentar da população brasileira. Estávamos no caminho do Brasil sair do mapa da fome, e percebemos o processo da transição epidemiológica, com o agravamento das doenças crônicas e a emergêcia da obesidade como fenômeno de grande relevância em saúde pública”, contou a pesquisadora.

A nova edição do Guia surgiu, então, como uma meta dentro das políticas públicas elaboradas pelo governo federal, que, em 2011, estava desenvolvendo o primeiro Plano de Segurança Alimentar e Nutricional do país. Segundo Jaime, “é fruto de um processo participativo, de um planejamento da política pública brasileira, e envolveu diferentes vozes, setores e atores da sociedade”.

Baixe aqui o “Guia Alimentar para a População Brasileira” completo

Baixe aqui a “Versão Resumida do Guia Alimentar para a População Brasileira“

O bate-papo de comemoração dos 10 anos do Guia foi transmitido ao vivo, pelo canal do DataSUS

Fonte: Ministério da Saúde